domingo, 28 de março de 2010

Ai 2010, "metadinha" vaai....

Eu nunca saí dizendo que meu 2010 ia ser um recomeço, não queria e nem quero começar as coisas de novo...
Meu 2009 foi atualizado constantemente, o f5, de refresh, nunca deixou de ser pressionado durante os 12 meses mais interessantes da minha vida...
O ano, pra mim, não parou. A cada obstáculo, pausa ou problema “portas mágicas” e “janelas surpresa” se abriam na minha frente. Probleminhas que costumavam ficar na cabeça por semanas, quase sempre, se resolviam com um sorriso e um pouco mais de boa vontade.
Nunca trabalhei tanto pra mim mesma e pros outros na faculdade, fiz de graça e cobrei muitos trabalhos, deixei de dormir, chorei de madrugada, terminei projetos finais 10 minutos antes de serem entregues e salvei a pele de uns quatro além de mim.
Entreguei-me, deixei-me levar...
Ano passado eu me conheci um tanto bom, descobri que o rosto que até então, eu julgava de criança, só aparenta inocência com muito esforço. A cabeça que eu julgava imatura, arregaçou as mangas e evoluiu. Notei que o antigo charme juvenil de “menina moça” natural e inocente é friamente calculado agora, buscando misturar ingenuidade e dissimulação a cada sorriso, a cada jogada de cabelo, a cada olhar discreto sempre buscando um ou dois alvos.
Percebi que eu não tenho medo de entrar em um carro no meio da noite, ter a melhor companhia de toda a minha vida durante quatro horas e me arrepender profundamente de ter deixado ele ir embora. Olhar pro céu a cada noite de lua cheia e ver as cenas se repetindo na minha cabeça, sonhando que outro alguém descubra o telefone da minha casa e me procure de novo e de novo...
O amor que eu julgava acabado mostrou que a-m-o-r-e-s não acabam, apenas mudam de denominação. O sexo, que andava junto e agarrado ao amor, decidiu sair pra passear com a casualidade e nunca mais voltou pra casa. O carinho decidiu tomar as rédeas de muitas situações e se mostrou pra quem realmente importava.
Importava, era, foi.
Aprendi que abdicar de boas sensações e costumes fazem mais mal que bem e que lembrar de momentos incríveis não os trazem de volta, nem ligando, nem mandando mensagem e nem sendo uma seguidora maníaca com um twitter na mão e um MSN fake na outra.
O meu silêncio nunca foi tão presente, calando pra consentir ou não, ele esteve presente. Descobri que mentir por omissão é bem melhor que inventar histórias que custamos a lembrar depois.

Descobri que tratar de assuntos passados é um dos meus papos mais constantes.
Julgar as pessoas, definitivamente, é um hobby! Dividindo o veredito ou não, eu me divirto demais com as minhas inconclusivas conclusões sobre todos os desconhecidos. E me divirto mais ainda com as conclusões erradas sobre os conhecidos, que mostram uma nova façanha ou uma nova bobagem sempre que possível.
Eu tenho complexo de Deus, e acho que muita coisa, muita coisa mesmo, gira bem ao redor do meu umbigo.
A minha bunda também é virada pra lua e a minha estrela tem o estranho hábito de brilhar mais forte justo quando eu mais preciso. (AMÉM!)
Descobri que meu sorriso e minha simpatia podem me levar bem mais além do que eu pensava.
Percebi que todas as lágrimas valem pra alguma coisa, nem que seja pra hidratar a pele e fazer rir das próprias bobagens.
Descobri que querer alguém por perto é só um ponto de vista altamente mutável.
Percebi que em alguns (muitos) casos eu gosto de me envolver com as pessoas erradas, principalmente aquelas denominadas “amigos-do-meu-pegueti-atual”. rs
Descobri que sair totalmente sozinha além de ser ótimo para o charme calculado, é muito agradável.
Percebi que eu ando farta de amigos novos, ressuscitar os velhos é bem mais gostoso.
Entendi que eu sempre gosto da pessoa pelos primeiros dez minutos de conversa, que o tom de voz e o cheiro já são praticamente uma cancela de aprovação para meu amiguinho cérebro.
Comecei a usar toda a minha observação a meu favor, e de repente, comecei a entender de linguagem corporal...
Deixei velhos clichês e redomas de lado e me deixei levar, por paixões, por enganos e até por enganados.
Descobri o sujo prazer de usar alguém pra finalidades sentimentais.
Fortaleci o hábito de irritar quem eu já irrito só por andar por aí, sorrindo e sabendo de muita coisa que não devia...
Aumentei o refinamento das minhas ironias e comecei a ampliar o arsenal de ofensas.
Ressuscitei o antigo anseio de “jogar na cara” as coisas que eu sei que fazem doer.
Descobri que quando eu quero, eu arrumo as malas e vou. Uma, duas e só não a terceira, por que me foi negada.
Reforcei o vício por cotonetes e fios dentais!
Minha alergia amenizou, meu juízo também.
Minha perda de memória pós bebida se agravou e freqüentemente fico sabendo de coisas feitas pela minha alcoólica figura via MSN.
Achei, enfim, o baú onde guardo a minha segurança e tento, com sucesso, abri-lo todos os dias antes de sair de casa.
Gosto de manter algumas pessoas por debaixo de pronomes possessivos em primeira pessoa.
Meu nível de paciência com meus pais diminuiu, e eu, e eles, não gostamos.
Reafirmei que BH é um ovo e que o mundo é uma caixinha com dois!
Ando me libertando mais para novas coisas ou dando chances para antigas que já não interessavam tanto.
Aprendi que coração é apenas um músculo que bombeia sangue e de quem você, realmente, tem que cuidar, é da sua cabeça.
Contei pra todo mundo que eu odeio dormir e que forçar-me a ficar acordada é um dos meus passatempos favoritos.
Percebi que eu preciso pensar mais ainda sobre as coisas que eu fiz, que analisar cada situação inúmeras e inúmeras vezes é um dos baratos prazeres que fazem a minha vida ficar tão gostosa.
E finalmente, eu só quero que 2010 seja “metadinha” do que eu vivi em 2009.


OBS 1: post bom para ser lido escutando qualquer uma dos Strokes


OBS 2: pra constar, nesses 3 meses de 2010 eu já vivi boa parte do que eu gostaria pra todo o ano, logo, os restantes 9 meses p-r-o-m-e-t-e-m! ;)

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